Quando um piolho encontra uma cabeça de que gosta, e, recorde-se, não tem de ser uma cabeça mal lavada, instala-se junto ao couro cabeludo e faz aí a sua morada. Como se alimenta de sangue, começa por morder a pele do escalpe e depois de morder e de chupar um pouco de sangue, defeca. Cada piolho alimenta-se cerca de cinco vezes por dia e no conjunto dessas refeições pode dar até 200 mordidelas. A mordidela, em si, não causa dor mas como o piolho deita saliva quando morde, e essa saliva tem substâncias alergizantes, as pequenas feridas inflamam e a criança tem comichão (daí estar sempre a coçar-se).
Entretanto, cada vez que se alimenta, o piolho defeca. Ao coçar-se o próprio indivíduo faz com que as fezes do piolho entrem nas feridas, o que aumenta ainda mais a irritação da pele. As fezes que caem para a face e para os olhos podem causar dermatite (especialmente atrás das orelhas), conjuntivite e sintomas alérgicos oculares que, muitas vezes, não são logo relacionados com a parasitose porque os sintomas típicos podem não ser evidentes... e como as pessoas escondem o fato, não se sabe muitas vezes que na escola ou na creche há outras crianças infestadas.
Aos sete dias de vida os piolhos começam a pôr os ovos. Os ovos ligam-se às raízes do cabelo e a inflamação da pele aumenta, por isso a pessoa coça-se mais.
A determinada altura as fezes do piolho podem entrar na circulação sanguínea, causando uma doença generalizada, que se caracteriza por mal-estar e sensação de fraqueza. Por outro lado, e para além do mal-estar, como a criança passa a noite a coçar-se, dorme mal e vai para as aulas semiadormecida. Quando a situação se mantém, o rendimento escolar baixa. Daí a relação causa-efeito entre a infestação por piolhos e o insucesso escolar.